Passei minha vida toda ouvindo palavras pessimistas do tipo:
“você não vai mudar o mundo”. Mesmo assim nunca desisti. No principio achei que
com a arte eu mudaria o mundo. Mas depois vi que alguns aspectos de
concretização da arte era subordinada a politica, então migrei para politica
com o intuito de mudar o mundo. Então descobri, ainda, que a política era
subordinada as ideias. Foi ai que adentrei no campo das ideias, na epopeia de
mudar o mundo. Eu sei que o mundo muda. “Nada é impossível de mudar” (Bertold
Brecht). Eu continuo piamente neste propósito firme de mudar o mundo e penso
usar a literatura para esse fim. Ora com poesia, ora com crônicas ou ensaio. Mas,
toda minha literatura é dedicada à mudança.
Tal qual Fernando Pessoa “tenho em mim todos os sonhos do
mundo”. Quando quero sonhar faço poesia. Quando estou disposto a guerrear faço
crônicas. E quando quero sonhar e guerrear ao mesmo tempo faço ensaios. Esta
peça literária é um ensaio.
Vamos ao cerne da questão: estamos vivendo o período eleitoral.
Nesta época as paixões se afloram. Sujeitos
que a gente nem sabia que existia passam a frequentar nossos bairros, ruas e
casas se apresentando como salvadores da pátria. Alguns vendem boas ideias. Outros
são meros produtos fruto do fetichismo causado pela publicidade. O mesmo
fenômeno que nos faz beber a Coca-cola (a pior bebida do mundo) nos faz votar
nos piores políticos do mundo.
Não posso condenar as paixões porque eu sou movido por elas.
Mas, certamente posso rejeitar os políticos frutos da enganação da publicidade. Coisas pequenas ou ruins são transformadas em
coisas grande e boas por meio do marketing. Mas, os resultados so são possíveis
porque a propagando ela existe para as pessoas menos inteligentes. A propaganda
não vende o politico como é, mas como o povo gostaria que ele fosse. Adolfo Hitler
que enganou a Europa toda, usou a propaganda como principal arma. Joseph
Goebbels, ministro da propaganda de Hitler controlava o aparelho estatal, o
sistema educacional e os meios de comunicação na tentativa de dominar por meio
da propaganda. Era um homem forte do regime nazista. Qualquer semelhança com o
atual governo municipal de Maranguape não é mera coincidência.
Mudar o mundo não o pode ser feito por meio de uma peça
publicitária. As boas intenções somente também não transforma nada. Há uma expressão
da moda agora que diz exatamente o momento que se começa uma mudança de mundo. “O
despertar das consciências” é a frase mágica. Essa expressão comumente usado a
muito tempo no misticismo passou a fazer parte da utopia dos atores sociais que
lutam por transformações.
Infelizmente o despertar das consciências vem acontecendo lentamente.
Mas elas estão acontecendo. Há cerca de 10 anos atrás eu era em Maranguape a
única pessoa que chamada um político de corrupto. Tanto que eu era criticado
porque as pessoas achavam a expressão muito pesada e me chamavam de deselegante
por isso. Hoje a cidade faz um coro para chamar seus representantes de
corruptos. Ninguém em Maranguape foi
processado no ano de 2000 por chamar politico de ladrão. Eu fui. E de la pra ca
foram tantos que, ou eles se convenceram que são corruptos mesmo, ou se cansaram de me processar. Mas isso não vem
ao caso agora. Essa alegoria é apenas para ilustrar que algo esta mudando.
A eleição deste ano é uma eleição plebiscitária. Onde o povo
terá apenas que escolher se esta boa ou se quer mudar. Nem vou entrar no mérito
aqui dos meus ideais socialistas porque não os vejo representado em nenhuma das
duas candidaturas. Porem vou ressaltar com toda a independência inerente aos
intelectuais, o meu ponto de vista das opções posta para o povo escolher.
De um lado o candidato a reeleição George Valentim. Sua biografia
não vou expor. Primeiro, porque isso é papel de seus publicitários. Segundo,
porque não acho que ele tenha uma biografia digna de ser citada por mim. Acho
ate engraçado o próprio prefeito se descrevendo em sua autobiografia. Isso é uma
masturbação de ego desnecessário. Pois bem: eleito prefeito e depois de 3 anos
e meio volta novamente as ruas para pleitear um segundo mandado. A avaliação
que eu faço de seu governo não é nada mais do que expor os motivos que a
maioria da municipalidade também faz. Quando candidato, prometeu honestidade. Na
prática o que vimos foi uma quadrilha aparelhar uma prefeitura, não para
governar, mas para arrecadar dinheiro fruto da corrupção. Dinheiro que serviu
para pagar cabos eleitorais para em troca ceder apoio politico. Para mudar substancialmente
o padrão de vida de uma corja, enriquecendo ilicitamente comprando carros de
luxo e mansões nos bairros nobres de Fortaleza. E a sobra desse dinheiro
roubado esta sendo usado agora para financiar campana milionária. Nada do seu
plano de governo foi cumprido. Prometeu a conclusão do Estadio e nem sequer um
punhado de grama foi plantado neste governo no estádio. Prometeu um bondinho
que ligaria o centro ao topo da Serra de Maranguape para alavancar o turismo, e
nada. Prometeu trazer 12 novas industrias para a cidade, e ao invés de trazer
fizemos foi perder as que já tínhamos. Moradia popular gratuita era promessa. Também
nenhuma foi entregue. E por ai vai. O serviço de saúde falido, a educação
desqualificada. A infraestrutura da cidade comprometida com o avanço do crescimento
urbano e simplesmente a cidade sofre pela ausência de um gestor que, além de não
morar na cidade, não tem sensibilidade para os problemas da população. Esta é a síntese do prefeito que tenta a
reeleição.
A alternativa que se apresenta como mudança, não é
propriamente mudança. Na verdade é uma continuação de uma filosofia de governar
que perdurou em Maranguape nos anos 80 e 90. Não posso fazer critica aquela
época porque eu era criança e não tinha percepção dos acontecimentos sociais e
politicos daquele período. Como cientista social so posso falar de minhas
percepções. Átila Câmara que a meu ver representa esse período, sobretudo,
porque ainda não teve coragem de fazer uma autocritica daquela época. Ora se
apresenta como alternativa de mudança. É provável que o seja. Ate porque, é representante
de uma nova geração cronológica. Influenciado pela nova politica, é fruto da opressão
e da hostilidade dos últimos governos municipais. Não sei ate quando o DNA sera
mais decisivo que as influências do meio social. O tempo dirá. O que se sabe é que Átila Câmara encarnou o
anseio da população. Sua candidatura passou a ser o sonho da redenção do povo
de Maranguape. Suas propostas parece vir do coração. Emociona seus ouvintes e
tambem se emociona. Vi um único comício dele e pude sentir a sintonia popular
em torno desse projeto. Acredito que seja um candidato bem intencionado. Tenho ressalvas,
e so por isso não assumo publicamente apoio a esse projeto. Sobretudo, pelo viés
socialista porque eu não abro mão de pensar politica dentro do marxismo. Não é
o candidato dos meus sonhos. Pode ser que seja. Sartre acreditava que o futuro
pode resignificar o passado. O futuro nos dirá se foi ou não bom para Maranguape.
O importante é que há duas coisas a se ponderar que me faz acreditar em que das
duas alternativas o Átila é a melhor opção. Primeiro: o que ta ai já provou que não é bom.
O segundo e mais importante. É que se quero mudar o mundo tenho que começar a
mudar Maranguape primeiro.
Voltei a ficar na moda. MUDAR MANGUAPE EU SEI QUE POSSO!
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