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segunda-feira, 26 de março de 2012

Adeus ao nosso Maior Gênio!

O país inteiro esteve de luto este fim de semana pela triste notícia do falecimento do Grande Chico Anysio. Eu, particularmente lamento bastante a perda de uma mente brilhante.


Estive analisando alguns comentários no Facebook, que inevitavelmente foram dominados por tributos e homenagem ao mestre. Até deixamos de lado os assuntos políticos para render nosso respeito e luto ao nosso conterrâneo maranguapense. 


Me entristeceu muito os comentários de maranguapenses reacionários. Eu entendo que a inveja é a arma do frustrado. Mas, ao ponto de alguns até renegarem a genialidade de Chico? Isso é por demais incômodo.


Alguns dos pífios argumentos que ouvi dizia: "ele nunca assumiu representar Maranguape", "o cara já morreu e nem amava de paixão a cidade como andam dizendo", "como ele amava a cidade se quando veio aqui fazer um show cobrou R$ 30,00 pelo ingresso?" "ele escolheu se tornar carioca"... Dentre muitas besteira repetitivas que se multiplicaram na internet no fim de semana.


Minha opinião pessoal em relação a esses comentários é simples: "pura inveja". Chico Anysio não deve nada a Maranguape. Nós sim devemos muito a ele. Por causa dele nossa cidade é conhecida nacionalmente. sempre que viajo e digo que sou de Maranguape as pessoas dizem logo ser a terra de Chico Anysio. Esta cidade não contribuiu em nada para ele se tornar o gênio que foi. Se Chico dependesse de Maranguape ele seria mais um na fila de desempregados sem oportunidades, ou um idoso sem assistência médica pública de qualidade, sem nenhuma formação acadêmica porque a educação pública daqui não prepara ninguém para ingressar numa universidade pública. Se ele tivesse permanecido em Maranguape e pelos próprios méritos tivesse se tornado gênio em sua própria terra, mesmo assim ele não seria reconhecido. Quantos gênios já renegamos porque escolheram permanecer em Maranguape? O poeta Dimas de Abreu, o Escritor Caio Cyrino, a socióloga Norma Colares, os músicos Allysson dos Anjos e Manassés, a Artista plástica Rafayella Travassos dentre tantos, são alguns que tiveram seus talentos malogrados por esta "sociedade maranguapense" de poucos talentos e muita futilidade. Nossa cidade é uma "feira de vaidades". Bandidos por aqui são chamados de excelências. Nossos valores são totalmente vilipendiados pelo conservadorismo. Aforismos simplesmente explica toda teoria moral de nossa sociedade, que preferi viver na penumbra, a contemplar as mudanças de comportamento e valores que o mundo esta  a presenciar.  Por aqui prostitutos viram sacerdotes, homossexuais  cansam com as filhas da elite e ai de quem chamá-los de "gay". Nesta cidade os piores fazem a lei, os mercenários executam e ninguém fiscaliza. O que esperar neste contexto todo?


Maranguape só produziu em toda sua história três grandes gênios o primeiro, Capistrano de Abreu, venceu pelos próprios méritos e quando daqui saiu nem a poeira da cidade quis transportar em seu corpo. mesmo assim quase tudo na cidade leva seu nome. Praça Capistrano de Abreu onde moro; Casa de Cultura Capistrano de Abreu onde já trabalhei; Grupo Escolar Capistrano de Abreu onde estudei, são algumas das inúmeras homenagens rendidas a este grande brasileiro de Maranguape. O segundo gênio, Chico Anysio, acaba de nos deixar. Esse sim foi o nosso maior filho até o momento. nunca conheci alguem que dominasse as 7 artes como Chico dominou. A música, a dança, a pintura, a escultura, o teatro, a literatura e o cinema, tudo foi executado com a maestria de um gênio. Mesmo assim ainda existe maranguapense que nega tributo ao Grande Chico. Os idiotas negam os gênios simplesmente porque não os entende.Alguns dizem que Chico não era um bom maranguapense. Gênios não precisa serem bons, quem precisa serem bons são franciscanos. Gênios só precisa existir. O nosso terceiro Gênio prefiro nem falar dele no momento. Felizmente ainda é  vivo. Mas a história falará dele depois de mim.


Com isso espero que se encerre a celeuma da maranguapencidade de Chico. Nem todos têm vocação para o masoquismo. Eu escolhi morar, viver, produzir e pensar em Maranguape. Tenho certeza que com o meu talento eu estaria brilhando em qualquer capital do mundo. No entanto, fico aqui sofrendo a incompreensão de uma urbe incivilizada. Quando escrevo, as pessoas vêm um politico escrevendo, mas esquecem-se que sou antes de tudo um escritor que faz obras de arte com as palavras. Nem quero ser compreendido pelo senso-comum. Bastaria nem me perceberem e já seria um grande prêmio.




Chico Anysio não seria um gênio se tivesse gozada da compreensão de seus conterrâneos. O senso-comum só compreende o Chico de humor e personagens. Nós, os melhores da terra o compreendemos como um Genial ser, que superou os obstáculos e o vício brejeiro de sua terra natal para deixar de ser Francisco Anysio de Oliveira Paula cidadão maranguapense e se tornar o Chico Anysio cidadão brasileiro e do mundo.

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