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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ode Para os Imbecís

"Ladies and gentlemen and flamboyant gentlemen, boys and girls and children of all ages, welcome to the cherest show on Earth!"
(Senhoras e Senhores espalhafatosos, meninos e meninas e crianças de todas as idades, bem-vindos ao mais Cher espetáculo da Terra!) - Cher.

Sempre pensei em fazer algo monumental para cultuar a futilidade. Inspiração nunca me faltou. Aliás, o mundo no conceito enciclopédico aristotélico coaduna: substância, essência, acidente, categoria, causa, matéria/forma e potência/ato num sincronismo perfeito em busca da futilidade ideal. Fiz um ensaio onde defendo e disserto sobre o tema "futilidade ideal". Por isso não vou me ater a elucidações da temática central aqui e agora. Apenas a usarei como nota de referencia.

A frase que prefacia esta composição é de Cher em seu The Farewell Tour gravado em 2002 em Miami, EUA. Perco horas de minha vida vendo esse DVD e lamentando não ter ido ao último show de minha Diva. Redimo-me logo do exposto anteriormente. Alguém pode argumentar; "mas como pode um comunista, antiimperialista, reacionário a cultura norte-americana, e com soberba, ostenta a alcunha de intelectual, perde horas do dia vendo esse Show?" contra-argumento da seguinte forma: vivo em uma sociedade onde inevitavelmente tenho que conviver diariamente com milhares de imbecis. Ao acordar e sair de casa esbarro na rua com um ambulante imbecil. Se for ao médico sou consultado por um imbecil. No trabalho atendo o telefone e do outro lado um imbecil diz alô. Sinto-me ilhado. E para provar que sou também um imbecil chego em casa e vejo esse DVD. Eu me sinto bem às vezes tendo que sentir o quanto sou humano, senão volto ao passado onde professei o ateísmo, época que eu pensava ser Deus. Afinal todos precisam de Deus e quem não acredita nele se sente o próprio. A diferença da minha imbecilidade para imbecilidade dos demais é que tenho vergonha de expô-la em público. Talvez se eu não tivesse vergonha de me passar por um idiota como todos os outros não têm, certamente eu seria mais sociável. Nisso reconheço; "não sou inteligente".

Aproveito a deixa da fala e vou expor uma queixa que tenho. Odeio quando me chamam de inteligente. Não sou nem aqui e nem na China. Inteligente em minha opinião é quem sabe conviver com a futilidade. Ora, racione comigo. Uma sociedade fundada em valores irreais, com um valor fixado pelo capitalismo na venalidade, na pior das hipóteses ao dinheiro virtual (cartão de crédito), fissurados em algum tipo de droga (lícita ou ilícita), onde o canibalismo é hétero e homo (todo mundo come todo mundo), essa sociedade tinha tudo para dar errado. No entanto, por habilidade, alguns conseguem sobreviver e fazer sucesso com esse modelo. Eu não consigo. Por isso não sou inteligente. Sou no máximo um gênio. Bem distante de se dar bem nessa sociedade. Tenho cá comigo meus temores. E um deles é que meus dias sejam iguais aos dos outros que passaram por aqui. Deixaram legados mais foram condenados. "Cansado, magoado, com medo e com coragem. Meu coração bate assim, mais prejuízo que vantagem".

Hoje um amigo me disse que somos governados por idiotas. Ainda bem. Imaginem se eles fossem geniais?

Ah! E as academias universitárias estão cheias de idiotas. Professores cheios de si, num pedantismo acadêmico que me causa náuseas quando tenho que ouvir suas aulas. Sou autodidata e só aceito frequentar a academia se eles aceitarem me vender o diploma.

Pasmem! A religião também está até ao céu empilhado de idiotas. A teologia nada mais é do que uma visão efêmera mística de números e símbolos que tentam montar a escatologia. Imbecilidade pura.

E os editores de livros? Esses são na atualidade os maiores patrocinadores da imbecilidade do planeta. Vejam o que eles vendem: Livros de auto-ajuda (Augusto Cury), historinhas de cachorro viram Best-sellers (Marley e Eu). E eles também se preocupam em idiotizar a nova geração. Para a moçada estão oferecendo a saga Crepúsculo, Harry Potter, Melancia etc. todos estão entre os livros mais vendidos.

E eu que cheguei a pensar nos meus 14 anos que a maior idiotice da humanidade era tomar Coca-cola e comer hambúrguer no McDonald's. hoje continuo achando isso uma babaquice, mas vendo pelo outro lado, pelo menos eu os como. Lucro a refeição.

Minha cidade é cheia de idiotas, salvo raras exceções. Quem ler este artigo, certamente, eu não tenho dúvida será um idiota. E quem ler e não gostar, categoricamente será um idiota². Portanto, antes de você acabar de ler aprenda duas coisas: A primeira é que se você se der bem nessa sociedade imbecilizada é porque és mais um deles, afinal um jumento coça o outro. A segunda lição a ser aprendida é que se você não faz sucesso é porque lhe falta inteligência para lidar com os imbecis e parecer sociável. De forma que classifico a humanidade no seio capitalista entre imbecis e não inteligentes.

E para fugir pela tangente recorro e passo a bola para Augusto dos Anjos:

"Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera."

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